domingo, 12 de abril de 2009

O NADA que é TUDO




Primeiro foram os babilônios com sua base numérica sexagesimal - já com valor posicional - que sentiram a necessidade de representar a quantidade nula. A princípio o fizeram por deixar um espaço em branco entre as classes de 60. Posteriormente usaram um cravo simples ou duplo para indicar esse vazio. Era o ancestral do zero que não possuía valor operacional, mas apenas servia como "ocupante de lugar".

Depois entra em cena a magnífica civilização da América Central: os maias. Avançados em arte, arquitetura, Astronomia e Matemática (nestas últimas superiores até aos seus equivalentes europeus da época) passam a utilizar um grafismo em forma de concha para representar as unidades faltantes de determinada ordem na sua numeração vigesimal modificada. Mas o zero dos maias estava mais a serviço da religião do que da aritmética. E por isso não adquiriu propriedades operacionais (assim como no caso dos babilônios, não era possível ainda fazer contas com o zero).

Quase na mesma época dos maias, os sábios hindus (desta vez usando a base decimal) passaram a indicar a ausência de uma quantidade por um pontinho (sunya). Depois, não se sabe como nem por que, por um círculo. Por um bom tempo, o zero hindu também significava apenas uma coluna ou espaço vazio. Só no final do século VI foi que os hindus aprimoraram o conceito de zero, passando a significar tanto "vazio" como "nada"; chegando-se então à "quantidade nula" e, finalmente, ao "número zero".

Eis que o zero ganha identidade e torna-se operacional. Pode-se então somar, subtrair, multiplicar e dividir com o novo número. A aritmética experimenta um grande impulso e se abre o caminho para a álgebra, aperfeiçoa-se a Matemática como um todo, a ciência e a tecnologia!



Um comentário:

Ezequiel Lima disse...

Realmente a história do 0 é impressionante, sem ele não teríamos o que existe hoje.