quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sofia Kovalevskaya (1850-1881)








Olhando a historia da matemática logo percebemos a pouca presença feminina nas grandes descobertas. Será isso um indício de que matemática é "coisa de homem", que a Inteligência feminina é muito diferente da masculina ou até incapaz de lidar com as ciências abstratas?


Nada disso é verdadeiro. No decorrer da história percebe-se quão difícil foi para as mulheres se dedicarem às atividades científicas (até o século XIX as mulheres simplesmente eram proibidas de estudar nas melhores escolas científicas da Europa). Assim, o preconceito intelectual e a falta de oportunidades não poderiam deixar de afetar a contribuição das mulheres na matemática.


Felizmente essa realidade vem mudando substancialmente. Hoje, os primeiros contatos dos jovens com a matemática se dão na maioria das vezes por intermédio de uma professora! E no meio acadêmico é cada vez mais significativa a presença feminina.


Dentre as notáveis mulheres que se dedicaram à matemática, a russa Sofia Kovalevskaya notabilizou-se por um grande interesse e dedicação pela Rainha das Ciências, deixando contribuições de altíssimo nível na física-matemática.


Como não lhe era permitido estudar na universidade, encontrou um jeito de ter aulas particulares de matemática superior com o grande matemático Karl Weierstrass, o qual ficou profundamente impressionado com o talento da jovem aluna ao solucionar vários problemas difíceis que ele lhe passara de início.


Em 1874 recebeu o grau de Doutora em Filosofia pela Universidade de Göttingen. Em 1888, aos trinta e oito anos de idade, conquistou o prestigioso Prêmio Bordin da Academia Francesa de Ciências com o seu trabalho Sobre o problema da rotação de um corpo sólido em torno de um ponto fixo.


Mas Sofia Kovalevskaya não se dedicava apenas à matemática. Tinha um grande conhecimento de física e astronomia e também se dedicava à literatura. Tendo inclusive se destacado como escritora de romances e poemas. Também era uma ativista política. Envolveu-se com vários movimentos políticos e sociais, mantendo contato com líderes revolucionários russos, poloneses, alemães e franceses.


Até seus últimos anos foi professora de matemática superior na Universidade de Estocolmo.


Diga o que você sabe, faça o que você deve, conclua o que puder – era seu lema.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pi, tão irracional!


Dentre os vários números da matemática o π merece um destaque especial. O símbolo π (pronuncia-se "pi") originalmente representava apenas a letra do alfabeto grego correspondente à nossa letra p. O seu valor, contudo, era conhecido há bastante tempo pelos gregos e outros povos. Eles observaram que os círculos tinham uma propriedade especial: a circunferência (linha que delimita o círculo) de qualquer círculo dividida por seu diâmetro é sempre o mesmo número, uma constante (3,141592...). Explicando de outro modo, a razão da circunferência para o diâmetro do círculo é sempre a mesma, independente do tamanho do círculo. Isso nos dá a conhecida fórmula do perímetro da circunferência: C = πd (pi vezes o diâmetro) e da área de um círculo: A = π(pi vezes o raio ao quadrado).

Como a forma do círculo se faz presente em tantas coisas que fazemos e usamos, a exemplo de rodas, engrenagens de relógios, foguetes e telescópios, podemos entender o fascínio que o estudo da constante π exerceu, e ainda exerce, nos matemáticos e estudiosos. No decorrer da história várias aproximações do valor exato de π foram tentadas. Numa das últimas, em 1999, a equipe do professor Yasumasa Kanada, da universidade de Tóquio, calculou π com 206.158.430.000 casas decimais!

Mas o fato é que π é um número irracional, ou seja, não pode ser expresso como uma fração ordinária, conforme demonstração do matemático alemão Johann Lambert.

De qualquer forma, umas poucas casas decimais servem para a maioria de nossos propósitos, a exemplo de 3,1416.